Jiraiya vive! Conheça o brasileiro que treinou com o mestre do ninja da famosa série de TV japonesa dos anos 1980

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Daniel Pires, mestre oitavo dan de Budô Taijutsu. Foto: Tiago Campos

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Daniel Pires, mestre oitavo dan de Budô Taijutsu. Foto: Tiago Campos

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Daniel Pires é mestre oitavo dan de Budô Taijutsu. Foto: Tiago Campos

Quando tinha 13 anos, Daniel Soares Pires era um adolescente comum dos anos 90. Tinha como adversários a puberdade, o bullying e uma quantidade enorme de energia que ainda não tinha um foco para ser canalizada. Morador de Campinas, interior de São Paulo, Daniel estava exposto à violência diária como qualquer brasileiro. Naquela altura do campeonato, já tinha sido assaltado cinco vezes na rua, duas delas à mão armada. Em um país com falhas na segurança e com políticas sociais precárias, ele se viu obrigado a aprender a se defender sozinho. Foi quando o jovem Daniel ‘esbarrou’ no ninjutsu.

Naquela época, quando se falava em ninjutsu, todos já pintavam a figura do ninja na cabeça. Aquele assassino japonês implacável, de capuz, espada e shurikens (estrelas ninjas), que atacava suas ‘presas’ nas sombras. Naquela época, a maior referência da figura ninja no Brasil era um personagem de uma série ‘tokusatsu’ (série ou filme de ação de heróis e monstros japoneses) cujo a abertura pode ser vista no vídeo abaixo.

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Israel Adesanya (esq.) e Alex Poatan (dir.) antes de luta no UFC 281. Foto: Reprodução/Twitter @Stylebender)

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Marcelo Garcia vence japonês Masakazu Imanari no ONE 170. Foto: Reprodução ONE

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Marcelo Garcia vence japonês Masakazu Imanari no ONE 170. Foto: Reprodução ONE

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ATENÇÃO!!! Se você tem entre 35 e 45 anos, uma lágrima pode rolar. Prepare-se para o:

‘Jiraiya, O Incrível Ninja’, é com certeza, ao lado de seu ‘irmão’ Jaspion e dos Changeman, um dos tokusatsu de maior sucesso no Brasil. Com lutas incríveis e personagens carismáticos, o enredo conta a história do jovem Toha Yamaji, interpretado pelo ator Takumi Tsutsui, que tenta salvar a irmã usando uma armadura e uma espada poderosas, herança de alienígenas, guiado pelo seu mestre Tetsuzan Yamaji, interpretado por Masaaki Hatsumi. Jiraiya foi um dos fortes motivadores para Daniel escolher o ninjutsu.

“Naquela época eu comprei uma revista chamada ‘Made in Japan‘, eu tenho ela até hoje. Nessa revista tinha uma entrevista com o Hatsumi Sensei com ele explicando a arte dele e eu falei: ‘Pô, isso que eu quero treinar! Eu acho que isso que vai me ajudar! E eu passei uns anos procurando, até começar a treinar com Clóvis Tamborim, que saia de Leme, também interior de São Paulo, pra dar aula em Campinas. Mas depois de um ano e meio, ele parou de vir e então eu e minha turma começamos a procurar outro mestre”, conta Daniel.

Foi quando, em 2003, Daniel descobriu que no Brasil residia um mestre 13º dan na arte, que vai até o 15º dan. E o mais surpreendente: esse mestre morava em Campinas. Com o norte-americano Michael Simien, o ‘Mike’, Daniel descobriu que o ninjutsu fazia parte de uma arte ainda muito maior: o Budô Taijutsu.

Daniel Pires (dir.) com o mestre Mike Simien (esq.). Foto: Arquivo pessoal

“Tudo que a gente treina aqui, a gente chama de Budô Taijutsu. Budô é o ‘caminho da guerra’, e Taijutsu as ‘artes do corpo’. É um termo super genérico, porque ao todo são nove tradições diferentes e cada uma dessas tradições têm as suas especificidades. Algumas pessoas falam ninjutsu, mas das nove tradições que a gente estuda, só três são de ninjutsu, as outras seis não são. Então assim, se você falar Budô, você está se referindo às nove tradições sem nenhuma imprecisão. Eu, particularmente, não tenho conhecimento das nove, porque tem muita coisa para estudar. O fato é que o nosso currículo é muito gigante, o que para mim é muito legal até”, explica Daniel.

Outra coisa que Daniel descobriu com Mike ampliaria ainda mais o seu universo dentro do Budô Taijutsu e também mudaria a sua vida: Masaaki Hatsumi, ator que interpretava o mestre de Jiraiya, era o sensei do seu sensei.

“Certa vez o Mike falou: ‘Se vocês acham que o que eu faço é bom, vocês vão conhecer o meu professor. Eu sou só mais um aluno lá no Japão. E vocês precisam chegar até o Japão. Quando vocês puderem ir, eu vou com vocês.’ E a gente perguntou, ‘quando que a gente pode ir?’ Ele: ‘Vocês têm dinheiro pra ir agora?’ Respondemos que não. ‘Então, assim que vocês tiverem dinheiro, vocês vão’, ele disse. E foi isso, a gente se planejou”, conta.

Hatsumi Sensei

Masaaki Hatsumi (atrás) como o mestre Tetsuzan Yamaji, junto dos atores Megumi Sekiguti (Kei Yamaji), Takumi Hashimoto (Manabu Yamaji) e Takumi Tsutsui (blusa azul) como Toha Yamaji, o Jiraiya. Foto: Arquivo pessoal

Impossível falar sobre o Budô Taijutsu sem mencionar honradamente Toshitsugu Takamatsu, o último ninja autêntico. Nascido no século XIX, no dia 10 de março de 1889, na cidade Akashi (Japão), Takamatsu Sensei reuniu os ensinamentos que foram passados de  geração em geração e treinou os principais mestres no Japão. Ele foi o sensei de Masaaki Hatsumi, portanto, mestre do mestre do Jiraiya. Takamatsu Sensei morreu no dia 2 de abril de 1972.

Masaaki Hatsumi tinha 26 anos quando conheceu Takamatsu Sensei, na cidade de Kashiwabara, na década de 1950. Durante 15 anos, ele viajou para a ilha de Honshu todos os fins de semana para estudar com seu mestre. Hatsumi, que já era professor de judô, virou especialista e atual herdeiro das técnicas do Bujinkan. Em 1972, após receber os títulos de Soke de Takamatsu Sensei, Hatsumi fundou a Bujinkan Budo Taijutsu, que significa ‘Casa do Guerreiro Divino’, em homenagem a Takamatsu Sensei.

A Bujinkan foi criada para dar continuidade ao ensino do Budô Taijutsu através do mundo. Hatsumi Sensei foi condecorado pelo imperador Hirohito como uma relíquia cultural, sendo hoje, aos 93 anos, considerado um patrimônio vivo para a nação japonesa.

Masaaki Hatsumi é autor de diversos livros sobre artes marciais. Foto: Tiago Campos

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Masaaki Hatsumi é autor de diversos livros sobre artes marciais. Foto: Tiago Campos

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Masaaki Hatsumi é autor de diversos livros sobre artes marciais. Foto: Tiago Campos

Masaaki Hatsumi é autor de diversos livros sobre artes marciais. Participou de filmes e seriados como diretor e também como coreógrafo, incluindo o papel do mestre Tetsuzan Yamaji em ‘Jiraiya, O Incrível Ninja’. Fato curioso é que, mesmo Jiraiya ter sido exibido ao redor do mundo, ele fez sucesso em apenas dois países: Japão e Brasil.

“Eu assisti recentemente a série Jiraiya. Todos os movimentos são katás formais nossos, só que teatralizados. Eles são aplicados de forma de teatro, mas são katás exatos. Aquilo ali é material de estudo. Dá para você pegar aquilo ali e estudar os katás através do que foi feito ali. Tem a limitação técnica do ator, mas se você já conhece o katá, você consegue reconhecer e entender o que está acontecendo ali”, explica Daniel.

Conhecendo o mestre do Jiraiya

Daniel com o mestre Hatsumi Sensei no Japão. Foto: Arquivo pessoal

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Daniel com Hatsumi Sensei no Japão. Foto: Arquivo pessoal

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Daniel com Hatsumi Sensei no Japão. Foto: Arquivo pessoal

Daniel conta que demorou 10 anos pra sua turma juntar o dinheiro pra viagem ao Japão. Sendo asim, em 2010 eles pegaram o voo em companhia do Sensei Mike onde a expectativa de conhecer o mestre do mestre, e também o mestre do Jiraiya, não cabia dentro de suas bagagens.

“Desembarcamos em Narita e a gente tinha uma hora e meia pra chegar até o dojo onde Hatsumi Sensei dava aula. A gente chegou atrasado, eu tava morrendo de vergonha porque os japoneses não gostam de atraso, para eles é uma regra muito rígida. Mas quando a gente chegou, tanto o Hatsumi Sensei quanto os outros professores pararam a aula e vieram receber a gente. Pra mim aquilo foi um sonho, porque eu fui recebido pelo mestre do Jiraiya. Eu fiquei sem palavras, eu olhava e… Não conseguia nem falar. E eles são pessoas totalmente normais, que chegam, te abraçam, perguntam como que você está, fazem ‘piadas de tiozão’, são gente totalmente comum. O Hatsumi Sensei fala várias línguas, mas lá ele só fala japonês. Se você fala outra língua, ele até entende, mas ele te responde em japonês. Porque você está no Japão, você tem que falar japonês. Naquela época, meu japonês era o suficiente para ser educado”, conta Daniel.

Quem diria que Daniel, fã de Jiraya na década de 1990, estaria ali, 20 anos depois, treinando lado a lado com o mestre de Toha. A série, inclusive, é vista com muito orgulho no dojo.

“Ele fez uma pergunta em inglês pra gente: ‘Vocês gostam de Jiraya’? Nós respondemos que sim e ele comemorou, vibrou mesmo todo orgulhoso. Quando eu vi isso já pensei: ‘se o mestre gosta, deve ser bom e se eu tô com vergonha aqui, certamente é bobeira da minha cabeça’. O Hatsumi Sensei gosta muito de cinema, ele sempre foi envolvido no meio”, revelou.

A turma de Daniel com a lenda do Budô Taijutsu Hatsumi Sensei. Foto: Arquivo pessoal

O brasileiro, que já estudava o Budô Taijutsu há uma década, percebeu que aquela arte era muito mais ampla do que a mente humana pode alcançar.

“Quando comecei a treinar com ele foi incrível, sabe? Porque a gente encontrou um budô infinito. Hatsumi Sensei e os outros professores faziam coisas que me deixavam totalmente sem palavras, sem entender o que eu estava vendo. No sentido de que isso nunca vai acabar, sabe? O fato é que eu nunca vou ficar entediado estudando isso. Porque é infinito, não sei o tamanho disso, eu só sei que é muito maior do que eu fui capaz de conceber. E durante os treinamentos com Hatsumi Sensei, as poucas oportunidades que eu tive de atacá-lo, eu fiz como meu professor me ensinou, meu professor falou assim: ‘ataque seu professor pra matar ele, você não vai conseguir, mas faça isso.’ Tanto porque você oferece pro seu professor desafio, quanto pra você entender do que se trata a coisa. E eu ataquei ele pra matar, e eu não passei nem perto disso, assim, nem perto”, diz Daniel.

Tudo mágico, tudo bonito. Mas agora um intervalo para o principal objetivo de Daniel no Japão: prepare-se para conhecer o ‘Sakki Test’.

Sakki Test

O Sakki Test, aplicado para o quinto dan do Budô Taijutsu. Foto: Reprodução Ninja Training TV

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O Sakki Test, aplicado para o quinto dan do Budô Taijutsu. Foto: Reprodução Ninja Training TV

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O Sakki Test, aplicado para o quinto dan do Budô Taijutsu. Foto: Reprodução Ninja Training TV

O ‘Sakki Test’ é um dos principais momentos da vida do praticante de Bujinkan. ‘Sakki’ significa ‘intenção de matar’ ou ‘energia de matar’, que é o exame para sentir a intenção de assassinato do oponente. Também conhecido como ‘Godan Shinsa’, exame do quinto dan. De maneira resumida, consiste no aluno se ajoelhar de costas para seu mestre que, com uma espada em mãos (hoje espada de madeira, mas no passado já foram usadas espadas com lâminas) ataca a cabeça do aluno, que, por sua vez, tem que sentir esse momento para esquivar do ataque com um rolamento.

Abaixo, Daniel Pires conta como foi sua experiência com o Sakki Test:

“Meu mestre falou que eu precisava ir ao Japão para fazer o exame do quinto dan. O Hatsumi Sensei já não aplicava mais nessa época os exames, ele pedia pros professores mais velhos aplicarem. Quando eu cheguei lá, eu tava morrendo de vergonha de fazer o exame porque é muita pressão, é muita gente, tem tipo 80 pessoas. Eu estava me sentindo julgado. Falhei três vezes no exame de Sakki. Falhar foi uma humilhação, além de um fracasso. Foi horrível perceber os olhares que julguei julgadores dos que me viram falhar todas as vezes, mas pior ainda foi falhar diante do meu professor. A terceira vez que falhei foi durante a última aula que o Mike estaria lá, eu ficaria mais uma semana ainda e pensei: ‘bem, agora que ele vai embora pelo menos não tenho mais vergonha, então posso focar em um treino melhor, sem este peso’. Mas antes de iniciarmos a cerimônia de encerramento da aula, Hatsumi Sensei parou e mandou que eu me submetesse novamente ao exame, e pensei: ‘ok, é só fechar os olhos, apanhar e voltar pra casa. Não tenho nada mais para provar, já falhei três vezes e claro que não será desta vez’. Fui até o centro do tatame, sentei na posição seiza [ajoelhado] e aguardei o golpe. Até hoje não sei descrever exatamente o que aconteceu. Foi como se a divisão entre corpo-mente-espírito desaparecesse, e este todo moveu-se quando foi necessário, sem que nenhum estímulo mecânico que teria iniciado o movimento pudesse ser identificado. Confuso ouvi aplausos, e lá estava Noguchi sensei [quem aplicou o exame] me dando os parabéns”, conta Daniel, que agora era quinto dan de Budô Taijutsu.

Missão cumprida no Japão. Em 2014, Daniel ainda voltaria para a ‘Terra do Sol Nascente’ para treinar e rever seus professores.

Daniel Pires retornou para o Japão em 2014 para treinar novamente com Hatsumi Sensei. Foto: Arquivo pessoal

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Daniel Pires retornou para o Japão em 2014 para treinar novamente com Hatsumi Sensei. Foto: Arquivo pessoal

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Daniel Pires retornou para o Japão em 2014 para treinar novamente com Hatsumi Sensei. Foto: Arquivo pessoal

Komainu Dojo e oficinas para grupos de risco

Quem passa pelo distrito de Barão Geraldo, em Campinas, não imagina que ali existe um pequeno pedaço de uma cultura milenar japonesa: o ‘Komainu Dojo’. ‘Komainu’ são leões mitológicos japoneses que guardam os templos. Geralmente são retratados em dupla no formato de estátuas de pedra. Uma coincidência com outra série famosa de luta, ‘Cobra Kai’, da Netflix, é o fato do dojo de Daniel Pires fazer parte da casa onde ele mora, a exemplo de seu xará Daniel Larusso, que na série construiu o ‘Miyagi-do’ onde mora.

Hoje, Daniel Pires é oitavo dan de Budô Taijutsu. Além de técnicas de luta e defesa pessoal com as mãos nuas, ele é apto a ensinar a manipulação de diversas armas, como espada, bastão, tonfa e Kusarigama, como pode ser visto no vídeo abaixo:

Ao começar a transmitir seus ensinamentos aos alunos, Daniel começou a perceber algo que mudaria sua maneira de pensar. Viu que poderia contribuir ainda mais com a sociedade ao focar em grupos de risco, oferecendo oficinas de defesa pessoal para mulheres e a comunidade LGBTQIA+.

“Quando eu comecei a dar aula, eu observei que o ambiente das artes marciais é um ambiente bastante misógino e homofóbico. É um ambiente muito masculino, mas é uma masculinidade do suposto homem guerreiro, fortão, imbatível, viril, que enfrenta todos os perigos. Eu percebi que isso afastava as mulheres do dojo. Era muito difícil conseguir manter uma mulher no treino. E homofobia também. Eu já ouvi relatos de vários alunos que encontram muitas barreiras no dojo, se sentem olhados de maneira torta, ou são destratados. Então a minha ideia aqui nesse dojo foi criar um espaço para que essas pessoas fossem acolhidas. E isso precisa ser ativo. Não é simplesmente ser assim, ‘eu tolero, eu aceito’. Eu acredito que esse dojo é maior por causa da presença dessas pessoas. Porque são pessoas que estão muito habituadas à violência. Porque sofrem violência constantemente. E o Budô é sobre combater a violência. Quem não conhece a violência tem muita dificuldade de entender o que a gente está fazendo aqui. E essas pessoas são muito preparadas, justamente porque elas convivem com a violência e seguem a vida delas de pé. E quando essas pessoas chegam até aqui, eu tento deixar isso muito claro, sabe? Você não é tolerado aqui, você é bem-vindo aqui, você é desejado aqui. É desejado que você esteja aqui, que você vai trazer contribuições aqui que não existiriam sem a sua presença”, destaca.

Budô Taijutsu. Foto: Tiago Campos

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Budô Taijutsu. Foto: Tiago Campos

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Parte do Komainu Dojo, em Campinas. Foto: Tiago Campos

Pela proximidade com a Universidade de Campinas, Unicamp, as oficinas organizadas para esse público têm tido muito engajamento. Em março, Daniel pretende retomar os dois projetos, tanto para mulheres, quanto para a comunidade LGBTQIA+. Para ele, uma chance de aprender junto com seus alunos.

“Eu aprendi muito com as perguntas, com as histórias, têm histórias que até hoje, assim, me fazem pensar termos de combate mesmo, uma das coisas que a gente tem no Budô, é que as nossas escolhas estratégicas, as nossas escolhas táticas, elas não se diferem das nossas escolhas éticas. Ela parte da escolha ética. A ética é o princípio da estratégia. E ao lidar com esse público, essa minha capacidade de compreender o outro, de compreender a violência, de compreender a dor do outro, que pra mim é elemento da ética, você compreender a dor do próximo, foi engrandecendo de uma maneira que eu falei: ‘eu tô recebendo muito mais do que tô dando’.”, afirma.

Jiraiya, sucessor de Togakure

Budô Taijutsu. Foto: Tiago Campos

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Budô Taijutsu. Foto: Tiago Campos

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Livro de Hatsumi Sensei, que escolheu Takumi Tsutsui, o Jiraiya, como sucessor. Foto: Tiago Campos

Recentemente, um ‘plot twist’ aconteceu na organização Bujinkan Budo Taijutsu no Japão. Com a idade cada vez mais avançada, Hatsumi Sensei precisava escolher quem seria o sucessor de sua arte. Muitos professores discutiam sobre quem deveria assumir o legado de Takamatsu Toshitsugu. E por incrível que pareça, o escolhido por Hatsumi Sensei foi Takumi Tsutsui, o ator que interpretou Jiraiya. Ele foi nomeado como o 35º Soke da escola Togakure Ryu Ninpo. O que deixa a história ainda mais surpreendente, é que toda vez que um episódio da série começava, o personagem de Tsutsui falava: ‘Eu sou Jiraiya, sucessor de Togakure’.

“Ele já havia anunciado isso nos anos de 85, 86, ou seja, na verdade ele só repetiu o que ele já tinha dito antes. Isso causou uma perplexidade geral na organização, todo mundo ficou passado. Os estrangeiros, porque não o conheciam, não faziam ideia de porque esse cara, porque ele era só mais aluno lá. Ele não era um cara popular, ele não era um cara que aparecia. Então ele passou meio invisível no jogo. Então, os estrangeiros que não eram japoneses não sabiam quem era. Os japoneses sabiam que ele tinha trabalhado com o Hatsumi Sensei. Essa notícia empolgou os alunos brasileiros: ‘É o Jiraiya! O Jiraiya é o sucessor de Togakure!'”, explica Daniel.

Além de ser mestre de Budô Taijutsu, Daniel também é professor de história e geografia. Tem uma rotina comum com sua esposa Paula, que também pratica o Budô Taijutsu, e seu filho, o pequeno Ravi, de cinco anos. Com seus 24 anos dedicados à artes marciais, ele se sente privilegiado pelo que elas lhe proporcionam até hoje. E tudo começou com uma fagulha chamada Jiraiya.

“Hoje eu vejo a existência do tokusatsu Jiraiya como um imenso presente do nosso professor. Que além de oferecer uma arte infinita, mudou minha vida radicalmente. Se tirar o Budô de mim, eu não sei o que sobra. Eu sou muitíssimo grato à arte que ele ensinou. Além de tudo, ele ainda fez um seriado legal que eu posso assistir com o meu filho. É um presente que me foi dado com muita generosidade por alguém que eu admiro muito. E eu sinto que o melhor que eu posso fazer para retribuir esse presente que eles me deram é passar pra frente esse legado, entregar esse presente para alguém. Porque tudo o que eu sei não é meu. Nada disso é meu para reter. Então eu tenho a obrigação de passar isso pra frente. Que nem é a chama, né? Você vai passar uma chama de vela em vela, e ela só aumenta só aumenta, nunca diminui”, conclui Daniel.

Daniel Pires, mestre oitavo dan de Budô Taijutsu. Foto: Tiago Campos

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Daniel Pires, mestre oitavo dan de Budô Taijutsu. Foto: Tiago Campos

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Daniel Pires com um dos livros de Hatsumi Sensei. Foto: Tiago Campos

 

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